segunda-feira, 30 de abril de 2012

Momentos



Tarde ensolarada.
No ar reina o cântico apaziguante do mar.
O convite à paz e serenidade é cortado pelo rebuliço dos veraneantes.
Pessoas todas iguais e todas diferentes.
Vários mundos num só mundo.
Seres anónimos com histórias de vida por contar.
Cruzamo-nos, olhamo-nos e não nos vemos.
O passado, irreverente, invade o meu horizonte.
Momentos e só momentos...
Tantas pessoas queridas que já partiram!
Outras, tal como a neblina, esfumaram-se sem deixar marca nem mágoa.
Há as que passaram e tal como uma tempestade só deixaram a dor e a revolta.
A vida ganha outra dimensão quando pensamos nas que de uma ou outra forma se fazem e são presentes no nosso caminhar.
Tudo e todas são fonte de aprendizagem e evolução.
Uma brisa sopra do mar.
E tal como o entardecer, é inevitável, também a vida continua.

Luísa Araújo

.Ambivalências




Há dias que passam
Horas que se atropelam
O curso da vida não pára
No nosso pensamento um torvelinho de sentimentos rodopia
Tentamos apanhar-lhe o início
Queremos compreender
Tudo se mistura
Sentimentos, pensamentos, desejos, frustrações, sonhos…
Quem fica e quem parte?
Quem chegou e terá de partir?
Quem sempre esteve presente e jamais poderá ser esquecido?
Ambivalências…
Perguntas às quais não queremos responder
Respostas que não queremos viver
A vida é agora e não pára…

Luísa Araújo

Eu amo-vos!




A cultura e os valores são, por vezes, impedimento à livre expressão dos sentimentos.
Temos dificuldade em dizer “Eu amo-te” quando nos referimos a um amigo(a).
Este obstáculo prende-se com o facto de apenas darmos um sentido à palavra AMOR.
Outrora, AMOR era aliada dos apaixonados e a eles restringida.
Mas o AMOR é universal e abrangente.
Amamos os nossos pais, filhos, conjugue, netos…mas igualmente amamos a natureza e tudo que nela existe. O amor é sentido e manifesta-se de formas diferentes, mas não deixa de ser amor.
Deitemos fora as amarras, tiremos as vendas e aprendamos a dizer:”Eu amo-te”, “Eu gosto de ti”, sem constrangimentos.
O amor é dos sentimentos mais nobres e bonitos da humanidade.
Como poderíamos viver sem ele?
Que esperamos para o traduzir em palavras e actos?
De que temos medo?
Porque acredito no amor eu digo:
_ Eu amo-vos meus amigo(a)s! Obrigada por fazerem parte da minha vida!

Luísa Araújo

Viver o presente.





Não sei o que o futuro me espera nem tal me preocupa mais.
Viver o HOJE , com autoestima, humildade, coragem, fé, esperança, amizade…tem sido o meu percurso.
Quando páro e olho para o passado sinto-me feliz. Tem sido um longo percurso mas sei que tenho vindo a aprender a viver melhor, a cada momento.
As dificuldades, os reveses, a traição, os contratempos, as perdas, … tudo tem contribuído para um crescimento que me tem realizado.
A revolta, o rancor (sentimento mesquinho, mas humano) já não conseguem ser mais companheiros por muito tempo.
São antes um processo, doloroso, é certo, mas muito enriquecedor.
Conhecer a alma humana é ser capaz de perdoar. Ao fazê-lo crio no meu interior, um clima de paz e harmonia, que me protege contra a doença, me aproxima dos outros proporcionando-me serenidade.
Hoje sou uma pessoa diferente que sabe cada vez melhor o que quer, o que não quer, como quer e porque quer.
Aprendi a tirar partido de tudo o que se me depara. Descobri que o real valor das coisas está na sua essência interior. Nem tudo o que parece é.
Ontem via, hoje tenho a capacidade de observar.
Espero que a minha vida continua num crescendo evolutivo, onde a paz, a alegria e a amizade sejam uma constante.

Luísa Araújo

Traquinices